sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Preciso falar sobre Marina Colasanti

Instagram: @entrelivros
Recentemente fiz uma postagem no meu Instagram de um livro da Marina Colasanti. Algumas horas depois  A PRÓPRIA curtiu a foto. Lógico, eu pirei. Printei a tela do celular e postei no meu facebook. Algumas pessoas curtiram, outras vieram me perguntar quem era a mulher da foto que eu tinha postado. Gente, como assim quem é Marina Colasanti?


19° edição pela Editora Global - ano 1999
Eu não sei em que momento da minha vida eu comecei a gostar dela. Imagino que tenha sido logo depois de comprar meu primeiro exemplar da obra "Uma ideia toda azul "(de 1979, pela Editora Global) na Bienal do SESC de Nova Iguaçu em 1999. Eu tinha 14 anos e fiquei fascinada pelas ilustrações - da própria autora - e pela maneira como ela narrava contos de fadas e histórias de reis e unicórnios. A Internet ainda era um recurso limitado para mim naquela época, e tudo o que eu sabia sobre ela era o que eu tinha formado na minha cabeça: ela era uma escritora fantástica e estava páreo a páreo com Sylvia Orthof na minha lista de super heroínas.


 Anos depois, quando estava cursando o magistério, eu fui honrada com uma palestra da Marina. Para minhas amigas era só mais um exercício para ganhar horas extras em atividade pedagógica, mas para mim era como se eu fosse conhecer o Papa (e eu nem sou católica, mas nutria uma certa admiração por João Paulo II que não sabia explicar). Ela palestrou sobre sua infância durante a segunda guerra civil e como ela imaginava a guerra sendo tão pequena. Contou dos anos que passou na Itália, sua relação com Ziraldo, a quem chamava carinhosamente de irmão, e como começou a ilustrar. Cada palavra que ela dizia foi absorvida por mim como se fosse um elemento vital para sobrevivência, e eu pensei: quero ser como ela um dia.

Editora Rocco - 1986
Minhas amigas estavam nem aí para o que ela dizia, mas eu nem piscava e no final da palestra aplaudi de pé aquela mulher tão fascinante. Levei muito tempo para adquirir um outro exemplar da Marina. Eu conhecia seus textos, suas histórias, suas crônicas, mas só tinha um livrinho antigo na minha estante. Certa vez, lá pela bandas de 2013, andando por feira literária num shopping, eu comentei com meu marido sobre o livro "Contos de Amor Rasgados" (Ed. Rocco - 1986), de como o conto De cabeça pensada era um conto fantástico, pois eu tinha o mesmo medo que o da personagem: perder minhas lembranças. E ali, parado numa banca, como se estivesse me esperando, estava ele. O livro em capa e páginas. Um único exemplar. Era o destino, ele me pertencia.


Eitora Rocco - 1987
Em 2014, meu pai deu alguns livros para minha filha, ente eles A menina Arco-íris.(Ed Rocco - 1987) Minha filha tinha acabado de ser alfabetizada e no meio da noite ela veio toda orgulhosa e disse: Mãe, acabei de ler o livro. Minha emoção foi enorme. O primeiro livro lido sozinha, ainda sem entender muito o que estava lendo foi da Marina. Ela leu o livro três vezes seguidas para poder dar sentido ao que ela via nas figuras e, quando entendeu, disse que Virgínia tinha que contar para a mãe o que havia acontecido, que o mundo dentro da xícara de leite era muito sem graça e que Virgínia tinha dado cor a eles.



Escrita da Sophia sobre ler seu primeiro livro sozinha.
17-11-2007


Uma imaginação, uma história, uma aventura. É isso que Marina nos dá.
Sou muito honrada por ter algumas de suas obras na minha estante e por poder compartilhar com vocês o amor e admiração que sinto por essa pessoa fantástica.
Ainda estou em busca das demais obras, já fica a dica caso você queira me dar um presente algum dia.

Amor, Laila

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